Por que o infarto pode ser mais grave nas mulheres?
- mariaelisaalmeida
- 6 de mar. de 2023
- 2 min de leitura
Até os 60 anos de idade, os homens têm mais propensão a desenvolver problemas cardíacos que as mulheres. A questão é biológica. “As mulheres têm o hormônio estrógeno, que confere certa proteção às coronárias, dificultando entupimentos e, consequentemente, a angina e o infarto.
O estrógeno age no metabolismo do colesterol aumentando os níveis do colesterol bom (HDL) e diminuindo os do ruim (LDL). Isso diminui a chance de formar obstruções. Mas essa proteção vale para mulheres que não estão expostas aos fatores de risco. “Hipertensão, colesterol, diabetes, obesidade, estresse e hábitos nocivos como alimentação inadequada, sedentarismo e, principalmente, o tabagismo, superam a proteção promovida pelo estrógeno.
Além disso, quando entram na menopausa, elas param de produzir estrógeno, o que as deixa mais suscetíveis a problemas cardíacos. E não adianta recorrer à reposição hormonal, “grandes estudos provaram que não há melhora na saúde cardiovascular das mulheres menopausadas.
Infartos mais graves
Quando mulheres sofrem ataques cardíacos, elas têm duas vezes mais risco de morrer que eles, mesmo estando em condições iguais. O infarto é mais fatal nas mulheres. E quando saem ilesas, acabam ficando mais tempo internadas. Um dos motivos é que as artérias coronárias delas são mais estreitas, o que facilita o entupimento e o agravamento do infarto. Outro é a demora na procura do atendimento.
“Apesar de serem mais cautelosas no cuidado com a saúde, elas demoram mais a procurar atendimento no caso de um infarto. A dor menos intensa e a preocupação de não se ausentar das tarefas do dia a dia podem ser algumas das explicações para isso.”
Os sintomas também são diferentes entre os sexos. Enquanto os homens vivenciam os clássicos sintomas de dores fortes no peito e formigamento no braço, as mulheres sentem fadiga intensa, náuseas e dor na boca do estômago. Como são sintomas mais genéricos, muitas vezes ela não se dá conta de que pode estar infartando e confunde com uma doença qualquer.
Independentemente do sexo, tanto homens quanto mulheres devem ficar atento à saúde do coração.
No Brasil, uma pessoa morre a cada cinco minutos vítima de parada cardíaca (muitas vezes causada pelo infarto), sendo essa a primeira causa de morte no país.
“Se há diferenças para homens e mulheres, os cuidados são iguais para ambos os gêneros. Identificar e controlar os fatores de risco, evitar o tabagismo e manter atividade física regular e alimentação saudável durante a vida é um dever de ambos”.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia - Coração Alerta
Comentários